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Tuesday, November 30, 2004

Morte num estádio remodelado para o Euro-2004

No jornal a Bola vem o artigo que abaixo transcrevo na totalidade:

Adepto morre em Leiria
Germano Pereira Saraiva, 45 anos, de Lisboa, adepto do Benfica, morreu ontem à noite vítima de uma queda de 10 metros do sector 5 do piso 2 do Municipal Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria. Tudo aconteceu ao minuto 8 do jogo U. Leiria-Benfica.
Bruno Aguiar cabeceou ao poste direito de Helton e o indivíduo, que «já tinha sido advertido pelo comportamento exuberante que estava a ter durante o jogo, a ponto de ter-lhe sido recomendado que se sentasse», segundo informou o comandante da PSP de Leiria, Rafael Marques, «correu novamente e escorregou», resultando numa queda de aproximadamente 10 metros. Como facilmente se deduz, as lesões internas terão sido gravíssimas. De acordo com as informações disponibilizadas pelo comandante dos Bombeiros Voluntários de Leiria e responsável pelo dispositivo de segurança do estádio, Almeida Lopes, o adepto «foi socorrido de imediato e transportado para o Hospital de Leiria, onde chegou às 20.05 horas com sinais vitais». Pouco depois das 20.40 horas Germano Pereira Saraiva falecia, segundo informou a A BOLA o director clínico da unidade hospitalar, Miguel Coelho, devido a «graves lesões da caixa torácica».

Condições de segurança questionadas

A questão põe-se de imediato: não estarão aqui em causa as condições de segurança do estádio? Como pode ter um adepto escorregado e cair para o anel inferior? Almeida Lopes preferiu dar uma resposta no mínimo pragmática: «Neste momento não estou preocupado com isso. A mim cabe-me apenas gerir o sistema de segurança e de incêndios existente.» O responsável pela Polícia de Segurança Pública também não podia acrescentar muito: «Foi-lhe aconselhado a sentar-se. Não existiam razões para o retirar das bancadas.»

Esta transcrição é feita para que o contexto em que escrevo não possa ser deturpado por mim e para se calhar perceber melhor o que foi dito no artigo. Poderá dar-se o facto do senhor referido no texto, de nome Almeida Lopes não ter dito exactamente aquelas palavras mas, um artigo sobre o mesmo acidente noutro jornal desportivo, mostra que dois jornalistas diferentes citaram o referido senhor pelas mesmas palavras o que me leva a crer que estas foram mesmo proferidas. Volto a deixar a pergunta feita, com um acrescento: Como pode um espectador escorregar e cair para o anel inferior dum estádio remodelado para receber um evento tão importante quanto um Europeu de Futebol?
Segunda questão que me ficou na mente é que resposta foi esta de que cabe apenas ao senhor gerir o sistema de segurança e de incêndios existentes... Afinal quando se fala de segurança não estamos a falar da segurança das pessoas? Os acidentes ou incidentes que eventualmente possam acontecer num estádio não se relacionam com a segurança? O que faz esse senhor então? Gere os sistemas de segurança apenas na ausência de multidões? Se este senhor está a frente da segurança, tudo o que possa acontecer naquele estádio que seja acidental é da sua inteira responsabilidade, afinal é para isso que lhe pagam, para exercer a sua profissão. Se a vítima tivesse sido empurrada, caísse em actos de violência gratuita, o chefe da segurança seria ilibado, agora a desculpa esfarrapada do escorregou e caiu parece ter mais a ver com o foro criminal, por nigligência é certo, mas mesmo assim pertencente à barra dos tribunais. Que a culpa não morra solteira em mais um triste episódio passado nos estádios portugueses e que, a serem verdadeiras estas declarações, as quais têm de ser dado o benefício da dúvida, que a punição seja justa.

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