<$BlogRSDURL$>

Tuesday, December 16, 2003

Nada mais há a fazer


Hoje, escrevo este post no momento que considero mais oportuno, não em disponibilidade, mas em frieza de espírito. Ontem fui um dia muito doloroso, a partida deste mundo de uma jovem de vinte anos e sempre muito doloroso, mas esta em especial, quando a consideramos uma amiga. Depois de seis semanas de sofrimento, quer dela, quer da sua família, o sopro da vida esvaiu-se.
Não escrevi sobre isso antes, pois não sou daquelas pessoas abençoadas por acreditar no que não vêem, a mim, a dureza da realidade tem de bater à porta para me aperceber do absurdo da vida, como neste caso a sua extinção pouco depois de ter completado vinte anos.
Era amigo, não o melhor, nem decerto um dos melhores, mas respeitava uma amiga alegre, trabalhadora, simpática, enfim uma infinidade de atributos, que demoraria muito a enumerar. Ontem o absurdo da realidade batem-nos na cara, com a realização do seu funeral, onde um grande aglomerado de pessoas prestou os últimos tributos a esta jovem, a quem um dia um amigo meu disse que tinha um alma muito antiga. Espero que seja verdade, pois o tempo entre nós foi por demais breve. Resta-nos a sua lembrança do tempo que passou entre nós, pois de resto nada mais há a fazer.
Fiquem com a citação de um poema sem título, datado de 23/5/32 de Fernando Pessoa:

"A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
Existir como eu existo.

A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho."

|

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

  • Contacto
  • Avalia-me!: